BAILINHO NA GARAGEM

Amigos reunidos (de 11 a 15 anos) na rua, mais precisamente em frente ao “campinho”, de repente alguém falava, vamos fazer um bailinho ? Todos se animavam na hora e decidiam na casa de quem ia ser, todos saiam em debandada pra pegar nas suas casas as luzes coloridas que piscam, o globo, os discos, luzes estroboscópicas, o som, as caixas...Todos se juntavam novamente, por volta de 15 a 20 crianças/adolescentes amigos que moravam no mesmo bairro (Brookiln) pra ver se todas as pastilhas das luzes piscantes estavam funcionando, se tinha lâmpada queimada, ajudar a pindurar o globo, ligar o som, colocar as caixas nos lugares certos. Na maioria das vezes os bailinhos aconteciam nas garagens das nossas casas. Todos moravam em casas o que facilitava muito. Tinha o Marquinhos, o Marcelo (Bunitão), o René, a Adriana, o Gustavo (o meu amor de adolescência – sofriiiiido), o Alemão, o Duda, o Marcão, o Otávio, a Cláudia, a Lídia, e mais um monte de gente, era uma garotada muito animada e unida. Depois de tudo pronto, a noite (tipo 7 horas da noite, nada muito tarde) nos encontrávamos lá, na garagem com aquelas luzes coloridas (amarela, vermelha, azul, verde, roxa...) piscando, globo girando, som rolando o maior clima de azaração. Tocava Queen, Dancing Days, Donna Summer, Roberta Flack, Bee Gees, Kate Bush, Barry White, The Commodors, Earth Wind and Fire, Kool and the Gang entre outros tantos. Na garagem eram colocadas cadeiras de um lado para meninas e do outro lado para os meninos e como não podia faltar, tinha a famosa vassoura, maldita vassoura que era usada pra tirar da gente aquele menino tão desejado e que só nesses bailinhos rolava o clima pra beijar. De vez em quando os pais davam uma passadinha e uma olhadinha pra ver se estava tudo em ordem. Era divertido ! Dançávamos um monte, brincávamos, brigávamos, era uma curtição do começo ao fim. Bebida era suco ou refrigerante, as vezes rolava um ponche (sem bebida alcoólica, usavam guaraná mesmo), tinha cachorro quente, salgadinhos, não precisava muito e todo mundo contribuía. Na verdade quem contrubuía muito eram nossos pais que liberavam a garagem, ajudava nas trocas das lâmpadas, nas comidinhas e bebidinhas. Os “Bailinhos na garagem” foram inesquecíveis na minha vida ! Acho que de muita gente por aí também....