terça-feira, 11 de março de 2008

A Ilha da “Fantasia”



Estava zapeando minha TV depois que Tiago foi dormir e parei no canal History Channel, estava passando um programa chamado alguma coisa como “Grandes obras da engenharia”.
Estavam mostrando a construção de uma ilha chamada The Palm em Dubai.
Fiquei chocada. Eu já sabia desta tal ilha fake, construída pelo homem artificialmente em forma de uma palmeira mas eu não sabia o tamanho da coisa toda.
A quantidade de mega caminhões, mega tratores, mega super navios, tudo enfurnado ali naquele pedaço lindo do mar.
São milhões de toneladas de rochas ENORMES que um dia devem ter sido montanhas lindas de pedras, explodidas e colocadas em caminhões gigantescos estrada a fora para chegar em um mar maravilhoso e descarregar tudo ali e assim formar uma “linda ilha artificial” (?).
Gente, um quebra-mar de 17 km foi construído ali pra poder proteger a tal da ilha, 17 km com 17 a 20 milhões de toneladas de pedras! Fico imaginando o impacto que não deve rolar no oceano! Eles fizeram esse quebra-mar porque no inverno as ondas ali, no alto mar chegam a 3 metros e seria um perigo para os prédios que serão construídos ali.
Caramba elas estão no lugar delas! Agora o que vai acontecer? Aquelas ondas de 3 metros que deveriam ser absorvidas pelo mar serão bolqueadas pelos milhões de rochas que foram explodidas das montanhas. Isso sem contar a vida marinha...
Temos a parte “vida marinha” parece que o mar de lá é muito salgado e por isso não tem muitos peixes, corais e afins...Mas para os “supers dupers” Xeiques isso não é problema, eles contrataram pessoas que desenvolveram algo como uma pequena descarga elétrica que faz com que corais sejam construídos com uma velocidade impressionante assim “cria-se” a vida marinha para a construção de um mega lugar para mergulho!
Sabe isso tudo não me parece muito normal e nem bonito, me parece aterrador! Tentar construir um paraíso destruindo parte da natureza não faz sentido na minha cabeça.
Tudo isso só para construir milhares de prédios comerciais, Hotéis bregas e acreditem ou não a construção de uma “cidade” que eles buscaram a inspiração em Atlântida, o reino perdido.
Não quero aqui tirar o mérito desses grandes engenheiros do mundo todo que lá estão e em como eles são inteligentes, tecnológicos, avançados e coisa e tal mas com tantos paraísos naturais que tem no mundo, pra que construir uma mega ilha em formato de palmeira onde o impacto, acredito eu, seja absurdamente forte? Grana? Orgulho? Poder? Ineditismo?
Eu não sei, eu realmente tenho medo do ser humano pensante...

sábado, 8 de março de 2008

Bob Dylan: Eu Não Fui – Miguel Sokol “Rolling Stones”, março 2008


“Nem iria, não enquanto um maldito ingresso custar R$ 900,00, dinheiro que compra a discografia completa dele, mais a videografia, a bibliografia e ainda de sobra um troco para uma “cervejografia”, completa.
Tá bom, R$ 900,00 era o preço V.I.P. (“very idiotic pelople”), em São Paulo. Falemos então dos ingressos populares, daquelas cadeiras atrás da pilastra, quase dentro do banheiro, vendidas a R$ 250,00. Por favor! Um lugar no céu por toda a eternidade e com vista para o mar custa mais barato do que isso em qualquer igreja que loteou o paraíso.
Ainda que o Dylan fosse um caso isolado...Mas o Sean Kingston(!) chegará a R$ 300,00(!!). E não adianta chamar a policia. Ou você faz questão de esquecer que para ver o Sting e companhia no gigantesco Maracanã se desembolsava quinhentão?Ok, quem não se incomodou em só ouvir, sem enxergar porra nenhuma, pagou mais barato.
E a piada não tem graça. Organizadores resolveram que shows no Brasil são eventos sociais, verdadeiros cruzeiros pelo Caribe, bicho. E quem gosta de música que vá para o inferno.
O que se passa na cabeça perigosa desses hediondos idiotas? Já sei: “Bob Dylan tem 66 anos, então é um show de tiozão. Enche de mesa, meta a faca na entrada e estoca azeitona, porque a gente vai vender muito martini lá dentro”.
É por essas e outras que o Skank precisou de uma década de sucessos terríveis como “Jack Tequila” para descobrir os Beatles e ter a oportunidade de gravar Maquinarama. E a culpa não é deles. Qual Samuel Rosa aos 19, 20 anos de idade tem R$ 900,00 no bolso pra freqüentar Bob Dylan? Eu sei. Aquele mesmo que, quando cresce, se torna mais um crítico descolado que gosta mais de si mesmo do que de música, e sai por aí dizendo que o Strokes estão ultrapassados só para lamber o próprio saco, elogiando qualquer banda com menos de uma semana de existência. E pelo simples motivo que só ele a conhece. Deus me livre!
Não. Eu não fiz, faço ou farei questão de ir a esses shows caros. Essas apresentações do Bob Dylan no Brasil estavam para o rock assim como os camarotes da Sapucaí estiveram para o Carnaval: Samba uma pinóia! Só aquele monte de celebridades querendo dinheiro para vestir camisa de marca de cerveja.
Tudo não passa de uma grande vitrine de loja dos horrores, cheia de gostosas pleiteando uma vaga na coluna social, canibais poderosos que não tinham aonde levar as amantes antes do ‘jantar’ e toda a sorte de VIPs, BBBs e PQPs.
Mas quem teve coragem de vender a mãe para encarar essa sucursal do inferno, com certeza foi recompensado por um Bob Dylan que , mesmo sem fazer a menor idéia de onde tinha se metido, sabia exatamente onde estava. Se não soubesse, essa não seria a turnê de um disco chamado The Mother Times, amigos.”